- Não reajas:
- a provocações
- à má-educação
- ao discurso absolutista
- à demonstração de autoridade, ilegítima
- à indiferença
- ao ar de sua importância, sobranceria
- Não leves a peito:
- a má-educação pode não te ser dirigida, mas, tão somente, a forma de ser de alguém...
- há várias "convenções" para o que é ser bem-educado (desde o dedo espetado ao beber chá, à escarreta que rasa o sapato do do lado, ou à coçadela despreocupada, em público, das partes íntimas)
- Mostra-te não-demasiado-bem-educado
- mistura-te
- muitos vêem o ser-se bem-educado como uma manifestação ofensiva e elitista
- ocasionalmente, compensa a boa-educação com uma opinião "da geral": acusa os políticos de serem ladrões e mentirosos, ou diz mal de um treinador qualquer
- Não interpretes literalmente o que se diz
- por omissão, o que se diz, não é o que se diz
- por omissão, e para bom entendedor, o que se diz não é para ser levado a sério — a norma é falar a brincar, uma convenção que é extremamente útil, pois quando nos enganamos, podemos dizer que estávamos a brincar
- uma afirmação só é literal quando explicitamente seguida de uma expressão denotadora desse sentido, o de absoluto, de que o que se diz, é, mesmo, mesmo, o que se diz, tal como "literalmente"
- às palavras "nunca", "sempre", "tudo", "nada", "qualquer", "todos", "nenhum", "ninguém", "nenhures", zero ou cem por cento, deve misturar-se o significado de "quase"
- Presume que o outro é bem-intencionado
- Regra geral, é verdade
- Por outro lado, nem todos têm o mesmo conceito de boa-intenção... ou de que fins justificam que meios
- Mesmo que creias ou desconfies que não o é, continua a convencer-te de que o é
- Ficarás mal, se te precipitares
- Facilmente te viram a história do avesso, e fazem de ti o mal-intencionado
- Respeita a opinião contrária
- A matéria em discussão é 100% objectiva?
- A matéria é lógica, matemática?
- Ou, a matéria refere-se a um facto histórico pessoal, ou (que é) do conhecimento geral, e estás em excelentes condições intelectuais?
- Tens a certeza de que a memória não é falsa?
- Ambos concordam com a carácter objectivo da matéria?
- Se não, desvia a discussão para esse ponto, e retoma a inicial apenas quando e se houver acordo sobre isso
- Se sim, apenas pode haver uma razão
- Os únicos desfechos possíveis são i) apenas um tem razão ou ii) nenhum tem razão
- Se a matéria não é 100% objectiva
- É subjectiva
- Não existe uma razão única
- Em qualquer caso, convida à discussão adornando as tuas afirmações com expressões que denotem relativa certeza, subjectividade, abertura e espaço para a opinião contrária, como "acho que", "regra geral", "tenho quase a certeza de que", "salvo erro", "não sei o que achas, mas"...)
- Evita expressões como "evidentemente", "obviamente", "é óbvio", "é evidente", "sem margem para dúvida", etc., pois são extremamente irritantes e raramente utilizadas com propriedade
- Em última instância, desiste, com um socialmente correcto "discordo, mas respeito a tua opinião"...
- Se estás zangado, suprime a tua opinião
- Adapta-te ao outro
- Podes até ter razão, mas:
- Não fiques à espera que o outro mude, que corrija os seus defeitos — pode nunca acontecer —, ou que se adapte a ti
- Se não te consegues adaptar, então afasta-te, desliga, não te sujeites
- Relativiza. Relaxa. Respira fundo. Ventila.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
Como Não Semear Inimigos
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário